Testemunho do Coordenador diocesano (Mazinho)
Fui criado na fé católica, recebi os
sacramentos do Batismo, primeira Eucaristia e Crisma, mas aos 14 anos
tomei a minha primeira dose de bebida, primeiramente por vaidade, depois
por vício. Depois experimentei o fumo e comecei a participar de várias
festas onde me afundei cada vez mais na bebida e no fumo, e como um
vício leva a outro, passei a experimentar comprimidos de Optalidon
(droga utilizada com bebida) e também cheguei a usar maconha.
Aos
16 anos comecei a frequentar prostíbulos e a sair com prostitutas e
quanto mais entrava nessa vida, mas buscava algo para suprir os vazios
que havia em mim. Existia em mim uma grande revolta por não me sentir
acolhido e a minha vida era só bebidas, drogas e farras. Larguei os
estudos e passei a viver dissolutamente, mas até aí não era totalmente
dependente, ainda existia certo equilíbrio, mesmo que pouco, e eu ainda
conseguia ter relacionamentos sérios, mas crescia essa vida dissoluta
que realmente só me dava prazer e com isso eu só afastava as pessoas que
me amavam com meu temperamento.
Em
meio a isso tudo conheci alguém que hoje é a minha esposa que mesmo com
toda essa minha realidade confiou em mim e me amou mesmo sem saber o
que a esperava.
Eu já não
estudava mais e trabalhava em uma indústria e com 19 anos resolvi me
casar com a minha namorada Evanrélia que tinha 17 anos. Todos achavam,
inclusive a minha mãe, que nessa nova etapa da minha vida eu iria mudar,
mas ao contrário tudo começou a piorar.
Agora
me sentia cada vez mais homem e mais livre e achava que a minha esposa
tinha apenas que suportar, tanto é que por muitas vezes eu passei noites
e noites fora de casa, gastava todo o dinheiro da feira e além de
agredi-la com palavras quebrava tudo que tínhamos que na verdade já não
era muito.
Machuquei minha
esposa, minha família, meus amigos e chamava atenção dos vizinhos quando
estava bêbado. A minha casa por vezes foi cenário de escândalo e isso
me faz lembrar de alguns momentos, digo alguns porque não me recordo de
todos pois sofria de amnésia alcoólica quando bebia muito e no dia
seguinte não me lembrava das coisa que fazia. Mas algumas lembranças
ficaram marcadas como uma em que em uma noite cheguei em casa super
bêbado e agredi fortemente a minha esposa com palavras, peguei um lençol
grande, fui até o guarda-roupa e fiz um grande pacote com as suas
roupas e joguei no meio da rua e mandei ela ir embora de casa. Em outro
momento, também bastante bêbado, quebrei tudo, e essa é uma lembrança
muito dolorosa, lembro-me de ter quebrado também um espelho, mas no
outro dia disseram-me que o havia quebrado na cabeça da minha mãe.
A
essa altura eu já sabia que não tinha mais controle, queria parar, eu
tinha que parar, até porque sofria de uma doença física muito séria, mas
mesmo assim não tinha forças para parar.
Algumas
pessoas me davam conselhos, outras me criticavam, algumas me convidavam
para ir em várias igrejas, recebi também um convite de um irmão, Carlos
Ribeiro, para ir em grupo de oração da Renovação Carismática Católica,
mas prometi ir e não fui. Minha esposa era de grupo de oração e sofria
muito porque era aos domingos e o domingo é o dia preferido dos bêbados.
Eu a perseguia muito para que ela não fosse e as vezes ela até se
escondia dentro de casa para que eu não visse quando saia para o grupo.
Minha esposa e minha mãe são as mulheres mais valentes que conheci até
hoje e que nunca desistiram de mim. Quando todos me diziam que eu estava
perdido, a intercessão da minha mãe e da minha esposa mostrou o
contrário.
Então em uma tarde de
domingo de 1994, aconteceu algo que mudou para sempre a minha história.
Um homem chamado João Maria Soares, na época Coordenador Diocesano da
RCC, quando estava a caminho do Grupo de Oração sentiu que deveria
voltar e ir até o local onde eu estava que era um bar vizinho a minha
mãe onde eu estava bebendo desde a sexta-feira. Estava muito bêbado, sem
camisa, somente de bermuda e mesmo assim ele se aproximou de mim assim
como Jesus se aproximou da mulher pecadora e lhe estendeu a mão, então
ele me disse: “Venha comigo”, mas eu respondi dizendo que não dava, pois
estava daquele jeito e iria outro dia, mas ele insistiu e me disse:
“Quem sabe faz a hora”. Então depois dessas palavras eu decidi ir com
ele. Entrei na Capela do Divino Espírito Santo e isso era muito difícil,
pois estava muito bêbado, mas como disse aquele dia mudou toda a minha
história e aquele homem impôs as mãos em minha cabeça e enquanto muitos
dizem que milagres não existem eu posso dizer o contrário porque ele
começou a fazer uma oração em mim, que na RCC chamamos de Oração em
Línguas, e essa oração começou a mexer comigo e parecia que eu ia
desabar e comecei a sentir algo estranho e ao mesmo tempo algo
maravilhoso acontecia dentro de mim e eu só sabia chorar e quanto mais
ele orava, mais eu chorava e de repente eu percebi que não estava mais
bêbado, eu fiquei curado do porre instantaneamente, puro milagre de
Deus.
Terminando a oração saí
correndo para casa assim como a Samaritana no seu encontro com Jesus. A
minha mãe não entendia o motivo das minhas lágrimas mas eu sabia que o
que eu tinha bebido naquele dia era algo muito mais forte que qualquer
droga que possa existir nesse mundo. Hoje faz 17 anos que eu continuo
embriagado, não mais com vinho doce, mas com a água do Espírito Santo.
Deus
ainda me deu muitos milagres e ainda continua me dando sempre, queria
terminar lembrando apenas mais um: eu sempre tive o desejo de ser pai,
mas a minha esposa tinha alguns problemas e foi preciso retirar toda a
parte esquerda do seu ovário. Com isso, segundo o médico da época, era
quase impossível ela poder ficar grávida.
Isso
me fazia questionar a Deus, eu perguntava a Ele: Senhor, se Vós já
fizestes tantas coisas em minha vida porque não faz mais este milagre?
O
tempo foi passando e a minha esposa queria tentar fazer um tratamento
para engravidar e ela até fez uma consulta para isso, mas para nossa
surpresa e alegria nos primeiros exames o médico disse: “Você não
precisa fazer tratamento porque você já está grávida.” Naquele dia Deus
mostrou aquilo que disse Davi: “Jamais vi um justo abandonado e nem seus
filhos a mendigar o pão”.
Ela
engravidou de Iascra nossa primeira filha e para dizer que Deus poder
todas as coisas ela engravidou mais uma vez e nasceu Isaac e foi assim
que aconteceu.
Então eu só posso
dizer: nunca desista, persevere, creia e o mais Ele fará. Procure um
Grupo de Oração da Renovação Carismática Católica, foi lá onde eu entrei
bêbado, completamente desacreditado e a partir de então Deus
transformou a minha vida.
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