Um Grupo de Oração que
se reúne semanalmente para encontrar com Deus, lhe prestar culto de louvor e
ação de graças, certamente será visitado pelo Senhor da vida.
As curas que ocorrem
durante as reuniões de oração geralmente acontecem como resultado da
perseverança de seus membros na vida carismática. É a partir da fé e da
fidelidade à vida de oração, leitura da Palavra e frequência às reuniões de
oração que começa a se destacar em cada um a manifestação do Espírito para
proveito comum (ICor. I 2,7), e nesta manifestação do Espírito alguns recebem o
dom de orar por cura.
Com o passar do tempo,
os participantes do Grupo de Oração vão percebendo e até mesmo reconhecendo que
determinado irmão ou irmã tem o dom de orar pelos enfermos, o que na maioria
dos casos leva, segundo o que temos visto, de quatro a sete anos de caminhada.
Mas o importante é ter
em mente que o dom pertence ao seu doador, ou seja, ao Espírito Santo, e que
este, de maneira especial tem derramado seus dons nas reuniões de oração e
chamado alguns a este ministério.
As curas podem ocorrer
em qualquer momento em uma reunião de oração carismática, desde seu início, até
o final, pois Deus age como quer, quando quer e na hora em que quiser. Às vezes
ocorrem curas sem que ninguém as peça, em um momento de louvor, por exemplo.
Não são poucos os testemunhos de irmãos curados durante a reunião, sem que haja
uma oração direta de algum servo para o restabelecimento de sua saúde.
A graça geralmente
ocorre quando os membros do Grupo, dispostos e desejosos de deixarem-se usar
pelo Espírito Santo, abrem-se ao dom, tornando-se canal de graça, intercedendo
uns pelos outros, permitindo que o Senhor, por meio de suas orações, manifeste
seu amor, curando os doentes; como sinal de sua presença.
Para que a cura ocorra
constantemente no grupo de oração, os participantes devem ser motivados a
experimentar todos os dons, aprender a orar pelos outros, sem se preocuparem de
estar exercendo algum tipo de ministério. É necessário fazer experiência de
orar uns pelos outros. São Tiago nos ensina "orai uns pelos outros para
serdes curados" (tg. 5,16b).
O Senhor tem pressa e
quer que aprendamos muito e rapidamente na caminhada em um Grupo de Oração.
Para isso, somos levados a participar por períodos curtos em vários
ministérios, motivados por uma vontade inexplicável de crescer e aprender.
É importante que os
mais experientes incentivem os iniciantes que estão nesta busca de serem usados
por Deus, levando-os a fazer vários cursos de formação e obter a experiências
em todos os serviços, sem aquela obrigação de estarem atrelado a um ministério.
Em outras palavras, não é necessário pertencer ao Ministério de Oração por cura
e Libertação para orar pelos outros e nem tampouco ter feito encontros de
formação neste sentido. Todos podem orar uns pelos outros, abrindo-se aos dons
do Espírito Santo. À medida que os dons vão sendo exercitados, orando e
servindo aos irmãos, a comunidade vai reconhecendo o carisma de cada um.
Se uma pessoa é
reconhecida pela comunidade como alguém que ao orar pela cura de um doente é
atendida por Deus, esta, certamente, tem um chamado ao ministério. E o sinal
claro desse chamado é a insistência de irmãos pedindo orações ou trazendo
pessoas enfermas para que reze por elas. Quando o carisma se torna ministério a
partir do reconhecimento pela comunidade, então a pessoa deve ser incentivada,
principalmente pelo coordenador do Grupo de Oração, a buscar formação
específica por meio do Ministério de Oração por Cura e Libertação, no intuito
de se aprofundar na doutrina do carisma e aprender com os mais experientes.
Em
resumo, o que temos aprendido com esta intervenção do Espírito Santo é o
seguinte: primeiro o Dom de Curar acontece na Reunião de Oração, depois, com o
passar do tempo, o dom começa a se destacar em alguns de seus membros, e só
então, esses membros reconhecidos pela comunidade passam a se dedicar ao
ministério.
Pelo que vimos,
devemos tomar cuidado e não ter pressa na formação de ministros de oração por
cura para não queimar etapas.
Para nossa reflexão:
Uma pessoa que nunca orou pelos outros, ou que até tenha orado esporadicamente,
ao fazer um curso do Ministério de Oração por Cura e Libertação, está pronta
para exercer tal ministério?
Provavelmente, não.
Fazer o curso e receber informações ajuda, mas por si só não capacita alguém a
entrar para o ministério.
Mas, se ao contrário,
alguém que não tenha feito curso de formação, porém vem sendo procurado pelos
irmãos de forma sistemática na busca de oração por cura, este sim, deve ser
incentivado a fazer os cursos de formação e entrar para o ministério, buscando
aprofundar-se na doutrina do dom e compartilhar com os irmãos as experiências
adquiridas na caminhada.
Para esses é
imprescindível que se aprofundem na doutrina do dom e, para isso, devem buscar
conhecimento, não s0l'!'ente nos cursos de formação dados pelo Ministério de
Cura e Libertação, mas também nas Sagradas Escrituras e Doutrina da Igreja.
Também é importante a
experiência dos irmãos de caminhada e a vasta literatura hoje existente em
nosso meio, em especial aquela oferecida dentro de nossa espiritualidade.
Seguem aqui alguns
pontos que alguém que aspira ao Ministério de Oração por Cura não pode perder
de vista:
1 - Ter sempre em
mente que o Dom de Curar é um carisma do Espírito Santo para o bem comum e não
para satisfação ou projeção pessoal;
2 - Como os demais
dons, à exceção do dom de línguas, só acontecem quando Deus quer e na hora que
Deus quer, pelo simples fato de não estar sob o domínio de quem ora e, por mais
que haja fé, depende da vontade de Deus;
3 - É dado como sinal
do amor de Deus por nós, geralmente para confirmar o anúncio do Evangelho;
4 - A maior motivação
para o exercício do dom é, e sempre será, a caridade, sem se deixar levar pelo gosto
do poder que o dom pode representar;
5 - Acontece com maior
frequência quando se abre à unção do Espírito, geralmente em assembleias de
oração, tais como nas reuniões de oração, nos Seminários de Vida no Espírito,
nas Experiências de Oração, nos retiros, Congressos e outros eventos
semelhantes, ocorrendo" geralmente após um grande louvor, durante uma
adoração ou momento de oração, mas podendo ocorrer também durante uma pregação
ou proclamação da Palavra ou em qualquer momento em que o povo de Deus esteja
reunido em seu nome, porque, como já foi dito anteriormente, o dom é do doador
e é Ele quem escolhe o momento e a maneira de curar.
6 - É necessário
desejar e pedir o dom ao Espírito Santo para se tornar um canal de graça para
os irmãos;
7 - Quando se aspira
ao ministério de cura, o certo é iniciar orando por enfermidades mais simples,
sem se preocupar com resultados, após orar, entregar a Deus e deixar por sua
conta os resultados, confiantes no seu poder, na certeza que depende d'Ele;
8 - É importante
aprender a discernir. Às vezes, no inicio do ministério, tem-se à impressão que
ao orar a cura vai ocorrer, o que, algumas vezes, não acontece. Mas, se,
humildemente, refletirmos sobre a inspiração, pode-se concluir que o senhor não
estava dizendo: "vai curar ... , mas, aprenda a orar para cura".
Quando se sentir impulsionado a orar, ore, mas atento, porque o Senhor pode
estar apenas lhe dizendo: aprenda a orar.
Aqueles que coordenam
uma reunião de oração devem estar preparados e desejosos de que ela seja um
transbordamento dos carismas, levando a assembleia de oração a se entregar ao
Espírito Santo num clima de muito fervor e adoração.
É muito importante que
o coordenador faça a graça acontecer, envolvendo todos os participantes da
reunião de oração e que esses, em momentos próprios, orem uns pelos outros para
obter as multiformes graças de Deus.
Um ponto privilegiado
na reunião para se obter a cura e libertação é o momento quando o coordenador,
movido pelo dom da fé, pode convocar todos os membros a fazerem um ato de
arrependimento, uma renúncia ou uma entrega, oração esta que certamente será
ouvida pelo Senhor Jesus através de libertações e cura.
Outro ponto ocorre
geralmente no momento do silêncio e escuta que acontece logo após o grande
louvor depois da pregação da Palavra e dinâmica de oração que se segue.
Geralmente neste momento ocorrem revelações de cura, por meio de palavra de
ciência dada a um ou outro servo. Curas e libertações ocorrem ainda quando se
faz uma grande intercessão pelos enfermos onde todos oram uns pelos outros.
Curas acontecem também
após uma pregação ungida onde, ao final, o pregador ou o coordenador da reunião
pede ao Senhor que confirme a palavra com os sinais.
Enfim, são muitos os
momentos em uma reunião de oração, em que a cura ocorre. Tem se visto grandes
milagres durante o louvor, quando alguém apresenta ao Senhor Jesus uma pessoa
muito enferma, com sério risco de morte (geralmente alguém que se encontra em
alguma UTI de hospital), oportunidade em que o coordenador da reunião, após
ouvir o clamor daquela pessoa, leva toda a assembleia a interceder pelo
enfermo, pedindo a Jesus que vá àquele hospital e visite a pessoa necessitada.
Milagres têm ocorrido quando todos oram.
O fato é que na vida
da Renovação Carismática Católica, o Grupo de Oração é o local mais
privilegiado para a manifestação do dom de curar. Podem surgir nesses grupos
pessoas chamadas por Deus para exercer o ministério, mas a cura na reunião de
oração é uma constante independentemente do fato do grupo já ter ou não
ministros de oração por cura. Ademais todos aqueles que a comunidade reconheceu
como tendo o dom de curar, deve vir para o Ministério buscar a formação
especifica sobre o dom. Taciano Ferreira
Barbosa Coordenador Nacional do Ministério de Oração por Cura e Libertação.